Ele é enfermeiro por formação, mestre em Avaliação de Sistemas pela Fundação Cesgranrio/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em Enfermagem do Trabalho pela Escola de enfermagem Anna Neri (UFRJ), em Administração Hospitalar pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e em Acreditação Internacional pela Joint Commission International (JCI). Recentemente, ocupou cargos na direção do Hospital Samaritano e na UnitedHealth Group Brasil. No entanto, atuar com os padrões de qualidade e segurança sempre estiveram presentes em sua vida profissional desde 1998 quando foi fundado o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), onde deu os primeiros passos na área de acreditação. Agora, ele foi convidado para retornar ao CBA como gestor e dividir a direção com a atual superintendente. Estamos falando de Heleno Costa Junior.
“Ninguém mais indicado para assumir a gestão do que ele, que é ‘cria’ do CBA. Inicialmente, ele está responsável pelo relacionamento com os clientes e pela administração interna. Eu fiquei com a parte jurídica e financeira. Mas isso é apenas por um período de transição. Em breve, o Heleno irá assumir integralmente o cargo de Superintendente do CBA. Eu ficarei prestando somente consultoria para o CBA”, revela Maria Manuela Alves dos Santos, que ocupa o cargo desde a fundação da instituição há 20 anos.
“Eu não vislumbrava essa possibilidade, mas estar de volta ao CBA é uma sensação bastante agradável”, diz Heleno Costa Júnior, que agora assume a Superintendência do órgão, mas que, desde outubro do ano passado, estava cuidando de todos os projetos de educação, treinamento e atividades de ensino do CBA, além da preparação para acreditação pela metodologia da Joint Commission International. “É importante ressaltar que essa parceria jamais foi desfeita. O CBA continua sendo o associado da JCI no Brasil”, ressalta. Paralelamente, Heleno assume também o papel de gestor de Relações Institucionais, cuja função é aproximar o CBA de seus clientes e captar novos clientes para a instituição.
“A proposta é ampliar nossa carteira de clientes com novos nichos. Anteriormente, o CBA tinha visibilidade no mercado em face aos seus clientes, os grandes hospitais do Brasil que possuem acreditação JCI. No entanto, há diversos hospitais de pequeno e médio porte que também podem ingressar nesse programa de acreditação”, acredita Heleno.
Heleno diz que empreenderá no CBA uma nova forma de gestão aplicando, inclusive, dois instrumentos que utilizava como executivo nas empresas em que trabalhou: o planejamento de atividades (plano de trabalho, a curto, médio e longo prazos) e o acompanhamento do plano financeiro da instituição. “É fundamental acompanhar não apenas o fluxo de caixa, mas entender e alinhar a perspectiva de receitas para garantir a sustentabilidade e a execução do plano estratégico de crescimento do CBA. Ele entende que para isso é “importante discutir e planejar as atividades a curto prazo, pois a dinâmica da política, economia e saúde tem mudanças significativas. Daí a importância dessa análise periódica.”
O novo gestor avalia que é preciso pensar no papel do CBA em um mercado com novos players, uma realidade que em nada se parece com a conjuntura na qual o CBA foi criado e atuou ao longo dos seus vinte anos. “Temos que ser novamente o protagonista do mercado”, diz Heleno assumindo esse compromisso.
Para isso, uma ‘modelagem’ da marca CBA já está sendo pensada. “A gente precisa dar um ‘frescor’ a nossa imagem, mas manter o que temos de mais significativo: a associação com a JCI, a qualidade e a seriedade nas nossas avaliações.”
Novos produtos
Se antes o CBA era um caminho para a acreditação JCI, agora, a organização quer ser conhecida por oferecer produtos e serviços na área da qualidade e segurança de curta, média e longa duração, tanto na modalidade presencial como à distância.
“Vamos investir em cursos e até em avaliações utilizando plataformas digitais. A ideia é criar duas linhas que estamos chamando de Educação e Produtos à distância”, adianta. A partir de agora será possível, por exemplo, elaborar um projeto para acreditação à distância. “Ao invés de enviar um educador do CBA para fazer um diagnóstico de uma instituição que está se candidatando à acreditação, o que tem um custo elevado, ofereceremos esse serviço remotamente, inclusive produtos digitais referentes ao capítulo do manual de acreditação direcionados à necessidade daquela unidade”, explica. Para isso, um portal está sendo criado. A ferramenta permitirá a interlocução com o avaliador.
Apesar da modernidade que representará agilidade e lucratividade para o cliente, já que o custo de deslocamento impacta fortemente nos contratos com os clientes, Heleno diz que as visitas presenciais recorrentes e a avaliação final para acreditação estão mantidas.
Consultoria é a novidade
A partir de agora, o CBA irá oferecer consultoria para instituições de saúde. “Muitas vezes os hospitais percebem que precisam de melhorias a partir de programas de qualidade, mas não têm condições para desenvolvê-las. Então, contratam empresas terceiras para fazer isso. O CBA tem expertise e profissionais altamente qualificados para oferecer pacotes de produtos como, planejamento estratégico e gestão de indicadores (construção, gerenciamento e validação do indicador), ajudando a instituição a atender mais rapidamente as demandas que surgem com os programas de qualidade e avançar rumo à acreditação”, diz Heleno. Como exemplo está a gestão de documentos, apontada por um avaliador no processo de acreditação. “Mas os hospitais têm muita dificuldade de atender esse pedido. A consultoria virá complementar, pois indicaremos o melhor sistema para controle de documentos, iremos mostrar como elaborar uma ‘norma zero’, para a gestão de seus documentos”, complementa.